domingo, 6 de junho de 2010

Educação e Cibercultura

Pensando em formação posso afirmar que, apesar das tecnologias de comunicação e informação – TIC terem seu apogeu na década de 70, sou realmente um imigrante digital. Lembro muito bem que em 1998, quando trabalhei com uma turma de Aceleração, troquei minha bicicleta vermelha, Monark por uma câmara Panasonic, para usar como recurso didático em sala de aula acompanhado de vídeo cassete.
Em 1999, com fotos dos alunos, em uma peça teatral, usava power point, fazia a edição dos slides e usava mais como mostra do recurso tecnológico, numa aula diferente.
Em 2001, diante de um Projeto Político de Aprendizagem, meu irmão mais novo, Wagner, fez um programa onde permitiu que toda comunidade participasse dando seu voto para eleger os membros do Grêmio Estudantil da Escola. Levei o primeiro computador, alugado por dois dias, para que todos pudessem apertar em suas teclas numéricas. Todos falavam que o computador é bicho sabido!
Hoje, oito anos após essa façanha, me sinto um pouco daquela geração, pois acho o homem que programa o computador, um bicho sabido.
Trago os relatos para afirmar que apesar dos contatos que tive com as TIC, bem antes que muitos professores, continuo um imigrante digital e assim reforço a análise teórica de Lévy(1999) quando diz que um profissional estará ultrapassado cinco anos após ter concluído sua formação, se não aderir a um processo de aprendizagem permanente.
Mesmo tendo um pouco de contato, por intermédio dos meus irmãos mais novos, com o computador, a internet discada, editor de texto, msn vejo que minha formação começou a partir da minha inclusão no curso. Através dele pude perceber e até entender como utilizar as ferramentas tecnológicas no processo pedagógico, sendo que primeiro tenho que saber e logo saberfazer.
O curso Educação e Cibercultura me mostrou conceitos e espaços adequados para se aplicar em sala de aula, para aumentar meu leque de conhecimento sobre Cibercultura, cultura contemporânea. Foi possível perceber os ambientes que estimulam o cognitivo, a importância da escrita, o ritmo de velocidade que vivemos com a internet, bem como a importância do WIKI e suas escritas colaborativas.
A professora Maristela Midley, com seu jeito meigo e simpático de conduzir a atividade, me levou a viajar além do que ela trouxe. Para alimentar um glossário, tive que percorrer vários hipertextos em busca de um link que me conduzisse ao meu objetivo. Permitiu aprender o conceito da nova linguagem contemporânea digital. Vi que entender as relações com os conceitos de tempo e espaço não é necessariamente, estar no mesmo lugar e mesmo tempo para comunicar-se com alguém. De forma Sincrona, é necessário estar ao mesmo tempo conectado, a exemplo do chat. Já, ao comunicar-se por email, não é necessário essa conexão, não se faz necessário que os dois computadores estejam ao mesmo tempo conectados à internet. Isso se dá de forma Assícrona.
Me levou a entender, também, que o informático-Mediático, depois da Oralidade e da Escrita, é o terceiro Pólo do Espírito Humano com as mudanças nas tecnologias intelectuais. Foi possível entender que com o surgimento da WEB2.0 substituiu a 1.0 que só era possível fazer leitura. Com a WEB 2.0 é possível criar coisas. Passamos para criador e ativos membros.
As leituras indicadas me levaram a refletir numa formação permanente. Lévy(1999), porpõe a educação continuada ou permanente com necessidade do ser humano sem limites de idade ou de concepções, ao longo da vida, com o intuito de promover seu aperfeiçoamento global. Paula Moreira, Paulinha, em aula no GEAC Diário – do Produto ao Processo – reforça o pensamento de uma formação continuada, quando pergunta a um cursista:
-E quando terminar o curso, você vai parar de aprender, de pesquisar, de buscar novas ferramentas tecnológicas para sua prática pedagógica?
A partir das duas indagações, complemento que é preciso ter vontade, persistência e disciplina para poder estar inserido num processo pedagógico contemporâneo, até porque a mudança de paradigma está ligada à transformação de relação com o saber, como acredita, também, Lévy.

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