sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Oficina de Computação - COMUNIDADES VIRTUAIS

Os índios já usavam a fumaça para se comunicar em tempos que as formas de escrita eram muito rudimentares e olhe que eles se entendiam, pois conseguiam de longe, ao avistarem alguma fumaça no espaço, traduzir um pedido de socorro ou um chamado para um encontro.

As pinturas rupestres representavam uma linguagem das mais recentes para a época e ali não era uma só pessoa que as fazia, eram grupos. De norte a sul de leste a oeste elas eram interpretadas pelas pessoas que tinha contato, portanto era uma forma de comunicação, de interação de gente que não tinha outra forma de socializar suas emoções, seus descobrimentos, seus sentimentos.
Os índios do Alto Solimões usavam um instrumento de percussão “trocano”, tora de madeira oca ou escavada e emitiam sinais sonoros intermitentes, como um telégrafo primitivo, para informar as tribos vizinhas sobre o que estava acontecendo. Dependendo da batida, os índios sabiam, por exemplo, que a tribo havia acabado de receber a visita de dois homens brancos”.(livro 1808, Laurentino Gomes pág 271, 272).
Percebe-se que a forma de comunicação coletiva não tem mudado e sim constantemente vem passando por transformações a ponto de melhorar a vida das pessoas num contexto social. Sentimos uma proximidade da comunidade indígena do Alto Solimões com as recentes comunidades virtuais. A primeira usava o instrumento de som para comunicar com outros grupos distantes, a segunda usa o teclado do computador ligado à internet para transmitir suas informações.Uma comunidade para ter de fato uma troca, um laço, uma segurança no que passa, é preciso de um complemento chamado retorno. Leva-se uma mensagem a alguém. Esta precisa ser passada pra outra pessoa que passará pra seguinte e assim por diante. O galo que anuncia o amanhecer não pára de cantar enquanto outro não responde o seu anunciado. Parece que cantam ao mesmo tempo e, no entanto estão dando uma continuidade nas mensagens recebidas e passam adiante
vejam que nos comentários os personagens não estavam diretamente em contato com o seu interlocutor e no entanto todos conseguiam se comunicar mesmo estando distante um do outro. Alguma coisa de interessante prendia a atenção e a vontade de querer participar daquele mundo de comunicação que terminavam criando uma comunidade para se socializar e expressar suas mais diversas formas de vida.

Quando o comércio girava em torno do que se produzia, as famílias trocavam um prato de farinha por um prato de milho produzido por outra família e assim tinha a que produzia o feijão, outra o arroz, outra a batata. Imaginem que se reuniam em um determinado local para trocarem alimentos que cada um produziu separadamente. Os membros usavam suas experiências para produzir e depois juntavam não só para a troca do produto, mas também para socializar as mais diversas formas de como produzir. Era uma comunidade que se reuniam com objetivos.

Podemos também chamar de comunidades as igrejas, as escolas, a empresa, a família, clubes de escoteiros e outros mais.

chegar ao mundo virtual foi apenas uma transformação dessas comunidades relacionadas. A comunicação e a interação que se deu através da fumaça, da pintura, do telegrama, do telefone, do rádio, da televisao, agora se faz via internet.

Através da rede de computadores podemos nos relacionar desde a comunidade de quilombolas à comunidade contra a violência à mulher. Aqui você participa com aquela que mais se identifica
Todo grupo que usa uma forma de se comunicar termina, mesmo sem saber, fortalecendo sua comunidade e será sempre uma comunidade viva porque está em constante comunicação. Num grupo com cem membros ativos não vai deixar se acabar porque dez deles abandonaram a comunidade. Imaginem que galos e mais galos vão parar nas panelas e nem por isso sua comunicação deixa de existir com entusiasmo.
Tudo isso nos leva a uma reflexão para o avivamento duma comunidade virtual com suas inúmeras possibilidades de troca de conhecimentos que possibilitam grandes transformações no cognitivo do ser humano e no mundo social em volta dele e do outro.

4 comentários:

JuLuar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rita Cácia Fernandes disse...

Colega Mozine,
O apanhado histórico que você faz consernete a comunicação/comunidades é fantástico. Parabéns!!!
Confesso que ainda não me sinto à vontade no meio virtual, mas suas palavras finais me fortalecem, afinal, não quero ser o galo que vai parar na panela.
Somo às suas colocações às palavras de DIAS(2001)"a fofmação de uma comunidade de aprendizagem compreende a criação de uma cultura de participação coletiva nas interações que suportam as atividades de aprendizagem de seus membros". Observo esse pensamento se concretizar na prática na nossa comunidade, a qual tem promovido muitas aprendizagens e você tem contribuido muito para isso, mas uma vez, parabéns!

Sule disse...

Olá Gertvásio!
Parabéns! Fez uma articulação entre passado e presente muito interessante!
A forma como finalizou o texto também esta maravilhosa!
Bjos
Sule

Joana disse...

olá Gervásio, quando você faz relação do tempo das pinturas rupestres com as novas tecnologias em comunicação, nos remete a fazer um contra ponto o quanto tem avançado a comunicação nos
últimos anos.