segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Diversidade de Linguagens - Ney Wendell

Como formar uma história em quadrinhos a partir duma palavra? Como uma bola de assopro pode fazer a diferença numa atividade, mostrando através dela representações de algo vivido fazendo assim uma leitura estética, uma tradução estética? Como educar por meio do ato cênico? Como educar para a indignação? Como fazer arte contemporânea com apenas uma folha de papel ofício? È possível acontecer a aula ouvindo música? Como mobilizar uma comunidade, uma cidade via intervenções urbanas? Dá para apresentar uma cena gravada e logo em seguida apresentar o vídeo?
A diversidade de linguagens na produção do conhecimento mostra, por intermédio do professor Ney Wendell, as diversas possibilidades para uma aula diferente das que tenho presenciado. Inicialmente ele mostrou que o aluno se prende e fica curioso quando o professor usa a linguagem gesticulada sem o uso da fala, da voz. Usou papel, caneta e gesticulou durante uma atividade de 20 minutos na qual me incentivou a ler, escrever, pensar, observar e concluir o que fora pedido. Muito bom.
Com a palavra rezar fiz uma seqüência de desenhos em quadrinhos com movimentos do menino saindo de casa, indo em caminho da igreja, chegando lá adentrou sentou no banco e se colocou a rezar. A força de uma palavra me levou as várias ações. Legal.
Só em encher a bexiga (bola de assopro) é algo gostoso e diferente de fazer. Dá uma sensação de força e de limite para não estourar o balão. Depois de cheio e amarrado desenhei coisas que marcaram e marcam a minha vida enquanto estudante. As dificuldades e os bons momentos foram representados para uma (re)leitura por todos os presentes na sala com as bolas expostas numa fita à altura dos olhos. Muito interessante.
Educar para indignação é novo pra mim e espero que me acompanhe por muito tempo, pois, senti firmeza e adorei o “ato cênico” que realizei com meus colegas na praça pública onde chamou a atenção das pessoas para a forma que vestíamos com as palavras coladas no corpo mostrando uma indignação pelos acontecimentos ruins na cidade. Furtos, roubos, assassinatos, aliciamento, prostituição fora indignados e não falamos uma só palavra, todos em pleno silêncio. Fantástico.
Uma escultura surgiu com uma folha de papel ofício manipulado apenas com as mãos sem o uso de nenhuma outra ferramenta a não ser a caneta para identificar a obra depois de pronta. Cada aluno presente na atividade fez uma modelo de escultura, do globo ao computador. Bom.
Todas as atividades foram realizadas ouvindo uma boa música. Legal.
Intervenção Urbana. Colocamos numa folha de crepon uma frase que chamou as pessoas que por ali passavam para refleti e também formar suas opiniões. Colei a do meu grupo no correio da cidade com a frase idas e voltas ao mundo. Até agora fico filosofando com ela e buscando razões para sua mensagem. Criativo. Planejei com a professora do 3° ano da Escola Nossa Senhora Aparecida (Lícia) uma intervenção urbana que passarei a chamar de “Intervenção Escolar”. A sala é composta com alguns alunos indisciplinados e outros sem interesse escolar onde acontece constantes agressões físicas aos colegas. Retomar os acontecimentos ruins da aula anterior, passar para uma cartolina e colar nos ambientes mais freqüentados da escola a fim de sensibilizar a eles e aos outros alunos das demais salas para uma educação através da indignação. O objetivo é fazer com que eles reflitam sobre o que estão fazendo dentro da escola e mudem suas posturas. Todas as ações serão gravadas e depois mostradas para na escola.

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